Política

União Africana analisa estratégias diplomatas para 2025

- 03 de julho de 2024, publicado porAlbertina Gouveia
União Africana analisa estratégias diplomatas para 2025

O embaixador de Angola junto da Organização das Nações Unidas, Francisco da Cruz, na qualidade de porta-voz do encontro que reuniu os chefes das missões diplomáticas e consulares do país no exterior, esclareceu que os embaixadores analisaram aspectos fundamentais daquela que poderá ser a agenda de Angola, enquanto presidente da organização continental, cujo mandato inicia em Fevereiro do próximo ano.

"Julgamos importante o debate, colhendo informações e opiniões dos vários embaixadores, de maneira a constituir uma base que o Ministério das Relações Exteriores depois levará à consideração superior”, assegurou.

Ainda sobre a presidência de Angola na União Africana (UA), Francisco da Cruz defendeu a necessidade de se ter em conta tudo aquilo que são as expectativas, oportunidades e as necessidades do continente.

O embaixador referiu, também, que a agenda de Paz e Segurança será importante e determinante em relação a determinados aspectos, no que diz respeito às questões de desenvolvimento sustentável, a interacção com o G20, as 20 maiores economias do mundo, questões ligadas às alterações climáticas, a transição energética, e sobretudo, a industrialização e infra-estruturas. "A infra-estrutura vai ser um dos aspectos dominantes desta presidência, porque precisamos de criar condições para que o continente se desenvolva e faça bom uso das suas potencialidades”, acrescentou.

A nível das Nações Unidas, disse, os diplomatas fizeram uma análise do ambiente vivenciado hoje, pelo facto de começar a emergir rivalidades entre as grandes potências, com um impacto no trabalho do Conselho de Segurança e da Assembleia-Geral.

Por sua vez, o embaixador de Angola na Etiópia, Miguel Bembe, após apresentar "As Linhas Estratégicas para a Presidência de Angola na UA em 2025”, adiantou à imprensa sobre a proposta dos diplomatas para o país priorizar um dos projectos da Agenda 2063 da União Africana, denominada a "África que queremos”, e designadamente o projecto da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).

O também representante permanente junto da UA e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) considerou que a Zona de Comércio Livre é um projecto que poderá revolucionar as infra-estruturas em África, facilitando a mobilidade das pessoas, bens e serviços e a industrialização.

"Por isso, propusemos, na reunião, para podermos valorizar e explorar da melhor forma, este projecto em sua implementação”, realçou.

Relativamente à questão da paz e segurança, garantiu que Angola continuará a acompanhar e a contribuir nos processos de prevenção, gestão e resolução pacífica dos conflitos na região.

"O facto de o presidente da República, João Lourenço, ser o campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação, a sua agenda, enquanto campeão, deve necessariamente ser domesticada a nível da estratégia de Angola”, destacou Miguel Bembe, mencionando que o país está alinhado, igualmente, às questões das mudanças climáticas, do desenvolvimento ou da implementação da agricultura e economia azul em África, com a valorização da produção dos fertilizantes.

O 10.º Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores foi realizado entre os dias 1 e 2 deste mês, na Academia Diplomática Venâncio de Moura, sob o lema "O MIREX e a Valorização do Capital Humano nas Vertentes Diplomáticas e Administrativas”, cuja a sessão de abertura foi presidida pelo chefe da diplomacia angolana, Téte António.

MIREX lança obra "Agenda diplomática 2023”

O Ministério das Relações Exteriores (MIREX) lançou, ontem, em Luanda, a obra "Agenda diplomática 2023 - Desafios e Oportunidades na Criação e Consolidação de Parcerias", em cerimónia realizada à margem do 10.º Conselho Consultivo Alargado, que decorreu na Academia Diplomática Venâncio de Moura.

O livro, de carácter elucidativo, reflecte a dinâmica diplomática do ministério na afirmação dos interesses de Angola na arena internacional.

Com 280 páginas, a publicação aborda, de modo geral, a agenda de trabalho do ministro Téte António e seus coadjuvantes, de Janeiro a Dezembro de 2023, bem como a actuação em diferentes contextos diplomáticos, desde o bilateral ao multilateral, no país e no estrangeiro, muitas vezes como enviado-especial do Presidente da República, João Lourenço.

A brochura, prefaciada pelo representante permanente de Angola nas Nações Unidas, Francisco da Cruz, traz uma visão geral dos princípios, objectivos e prioridades da actividade diplomática angolana, no quadro da influência e importância internacional do país.

"Agenda diplomática 2023 - Desafios e Oportunidades na Criação e Consolidação de Parcerias" pretende demonstrar, através de reportagens fotográficas e do uso das redes sociais, a divulgação de eventos e factos deste departamento ministerial, com actividades das missões diplomáticas angolanas, bem como a utilização das novas tecnologias de informação.

Oferece uma visão em "consonância com a dinâmica das oportunidades e desafios decorrentes do mundo em que vivemos", segundo a nota de imprensa.

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