Desde ontem, estes serviços estão disponíveis no Novo Hospital Geral, o que representa uma primeira experiência de atendimento médico para aquela população.
A directora do Gabinete de Saúde do Cunene, Georgina Nunes, disse que o Centro de Hemodiálise, que será inaugurado esta sema- na, tem uma sala de diálise com capacidade para 12 camas e máquinas de alta tecnologia.
"Começamos, hoje, a receber e atender doentes transferidos das províncias de Benguela e da Huíla, bem como da Namíbia. A unidade passará a atender os doentes com insuficiência renal crónica e aguda em três sessões de diálise por semana”, informou.
Georgina Nunes disse que é um grande ganho para a província, uma vez que os doentes eram obrigados a deixar as famílias e fixar-se noutros lugares do país para receber tratamento.
A insuficiência renal é um problema de saúde pública, cujo impacto é significativo na sociedade, por isso requer atenção do Estado, segundo a directora.
Até ao presente momento, sete pacientes da Huíla já estão a ser tratados no Novo Hospital Geral de Ondjiva.
De acordo com Georgina Nunes, outros doentes que foram obrigados a procurar esses serviços noutros pontos chegarão ao Cunene para receberem o tratamento médico na unidade sanitária.
Os pacientes João Baptista e Filipe Kanhanga elogiaram o Governo por oferecer os serviços de hemodiálise no Cunene e melhorar a assistência médica.
João Baptista, morador de Ondjiva, relata que, para realizar hemodiálise, era obrigado a deslocar-se à província da Huíla, para ser atendido no Hospital Central do Lubango.
Com a inauguração da unidade, os custos diminuí- ram. De 51 anos, lembrou, com tristeza, os sacrifícios que enfrentava para fazer o tratamento. "A falta de dinheiro para o táxi era o principal problema. Gastava muito com o transporte”, recordou.
João Baptista mostrou-se agora mais alegre. "Fui obrigado a viver sete anos longe da minha família. Todo este sofrimento agora ficou para trás”, afirmou.
Filipe Kanhanga, também se viu a regressar a casa com a entrada em funcionamento dos serviços de hemodialise no novo Hospital Geral do Cunene. "Era muito constrangedor. Na casa do familiar, não tinha como exigir o que comer. Comia o que aparecia, mesmo sendo alimento proibido pelo médico. Tinha de escolher entre a fome e a proibição médica. Agora, tenho a vida facilitada, já posso receber assistência medica em casa”, lembrou.
Kanhanga elogiou o Executivo pela aposta que está a fazer no sector da Saúde. "Só não vê as mudanças que estão a acontecer no sector da Saúde quem é cego”, destacou.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Sistema Nacional conta com 22 instituições públicas de hemodiálise devidamente equipadas com meios técnicos e recursos humanos qualificados para dar resposta à procura, e controla cerca de quatro mil doentes a nível nacional.