22 de novembro de 2024
Cultura

Filme Angolano " O Emigrante" tem sua pré-estreia hoje em Luanda

- 23 de janeiro de 2024, publicado porAlbertina Gouveia
Filme Angolano " O Emigrante" tem sua pré-estreia hoje em Luanda

Os organizadores esperam reunir na noite de antestreia cerca de 200 convidados, entre figuras públicas, influenciadores e apoiantes do cinema nacional. Por sua vez, a grande estreia para o público acontece na sexta-feira, com duas sessões, às 15h40 e às 20h30, nas Salas ZAP Cinema, inicialmente apenas em Luanda.

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Levis Albano disse que o filme durou aproximadamente um mês de gravação e quatro meses de preparação. Foi gravado em diversas partes da cidade de Lisboa, a capital portuguesa. Levis Albano justificou que não foi necessário deslocarem-se para outras cidades porque a história retratada passa toda em Lisboa.

Com uma duração de aproximadamente 1h40, a longa-metragem traz no elenco actores de diferentes nacionalidades da CPLP, nomeadamente angolanos, portugueses, guineenses e cabo-verdianos. Entretanto, os papéis principais são desempenhados pelos actores angolanos Lialzio Vaz de Ameida e Erika Chissapa, aos quais se junta a actriz portuguesa Diva O’Branco.

Classificado como um drama que se mistura com suspense, a fotografia ficou a cargo de António Mbuta Gunosco e a produção executiva foi assumida por Erika Chissapa.

"Não tivemos nenhum patrocínio financeiro. É uma obra cujos custos foram suportados por mim, Erika Chissapa e António Gunosco. Tivemos apenas algum apoio institucional de juntas de freguesia e da Câmara Municipal de Lisboa”, lamentou Levis Albano.

Segundo o realizador, a mensagem do filme passa pela história de um angolano que vai a Portugal estudar com o apoio integral dos pais, desde renda, mensalidades e lazer. Entretanto, diante da crise económica mundial, os pais perdem a capacidade de sustentar o filho e pedem que este regresse a Angola. Habituado a estar na capital portuguesa, o filho nega regressar, o que leva os pais a tomarem a decisão de não mais enviarem dinheiro ao filho. A partir daí, começa o drama como sobreviver se instala na vida desse emigrante angolano em terras lusas, que sempre dependeu do apoio dos pais. Para poder sobreviver, sujeita-se a soluções pouco dignas, que o vão levar a viver várias peripécias.

Antestreia no Brasil

O filme foi primeiramente lançado no Brasil, na cidade de São Paulo, cuja antestreia aconteceu no dia 9 de Novembro do ano passado.

"Foi muito bom. Foi algo espectacular, que eu não esperava. Foi muito bem-recebido”, reconheceu o cineasta. 

Levis Albano avançou que a distribuição do filme será feita pela ZAP Cinemas, cuja estreia pública está inicialmente agendada apenas para o público de Luanda, embora não descarte a hipótese de seguir para as demais províncias do país.

"A minha carreira vive bons momentos. Estou numa fase de crescer com Angola e desenvolver o cinema no meu país. Estamos a crescer como cinema. A minha grande ambição é fazer filmes angolanos com qualidade, que possam levar ao reconhecimento do país num nível africano. É uma ambição que a nova geração de cineastas angolanos persegue”, partilhou. 

A conhecida actriz Erika Chissapa, que assume, pela primeira vez na carreira, o papel de vilã, vive na longa-metragem a personagem Katula, uma estudante angolana a residir em Lisboa.  "É um filme desafiante. Traz uma história forte, que apresenta o lado negativo e positivo da condição do emigrante. É um trabalho feito com muito amor e carinho”, disse a actriz.

Experiência internacional

Natural de Luanda, Jocelyno Levis Albano é um nome cada vez mais conhecido pelo grande público angolano. Filho de um casal luandense que muito cedo partiu para a Europa, conta com uma vivên­cia na diáspora de pouco mais de trinta anos na Inglaterra. É licenciado em música e mestre em cine­ma – realização e guionista. É o realizador do filme "Mutu Mbi”, no qual contou com as colaborações de uma cineasta do Botswana, de nome Celina, e do angolano Satanha Cinéfilo. No seu cartão-de-visita destaca-se, igualmente, a realização do filme "O Escolhido”, de 2019, a sua primeira aparição no mercado angolano.

Com uma experiência que se esten­de em colaborações com cineas­tas americanos e ingleses, o cineasta angolano ainda não chegou a realizar um filme no meio anglo-saxónico, mas apenas assumiu a posição de as­sistente de realização em traba­lhos como "Outlaw King”, em 2018, com grandes estrelas do cinema mundial.

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