Para a escritora e ensaísta Isabel Sango, que vai abordar o tema “Vozes Femininas: A literatura como ferramenta de denúncia em Um Rio Preso nas Mãos, de Ana Paula Tavares”, hoje as mulheres dispõem de mais liberdade e autonomia, comparado com épocas anteriores, o que lhes confere poder de escolha sobre os espaços que desejam ocupar. No entanto, sublinha, apesar da crescente movimentação feminina no meio literário, ainda não é o suficiente. A presença das mulheres nos eventos literários, por exemplo, ainda é bastante reduzida em relação a dos homens. “Embora a igualdade de género esteja consagrada na Constituição e constantemente defendida por diversas instituições, na prática, as mulheres continuam a enfrentar barreiras, agora sob novas roupagens”, aponta.
Por sua vez, a consagrada escritora Yola Castro, que, também, é uma das oradoras, avançou que vai abordar escritoras como Gabriela Antunes Maria João e Marta Santos.
Para si, a mulher de maneira sábia traçou um caminho para que todos soubessem que a sua participação nos mais diferentes sectores viria dar aos mesmos uma outra dinâmica, concluindo que na literatura não tem sido diferente.
“A sua forma única de ser, estar e fazer tem abrilhantado e preenchido também essa arte. Mas todo o reconhecimento parte do que fazemos e como o fazemos”, partilhou.
Já Luísa Samuel, que vai abordar a obra “Cartas para Maridos Temerários”, da autoria de Dya Kasembe, acusa que história mostra que as mulheres quase sempre participaram da produção literária de maneira invisível.
O colóquio, uma iniciativa do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Irene Guerra Marques “NEIGUM”, ainda reserva mais dois painéis, que terão como oradoras as escritoras Domingas Monte e Isabel dos Santos, sob moderação de Edmira Cariango e Ester Diahoha.