A actriz Lesliana Pereira concedeu recentemente uma entrevista ao Jornal Angolano de Artes e Letras “CULTURA”, onde defendeu a criação de uma política cultural que incentive maior investimento público no cinema, visto que não é possível depender apenas de realizadores independentes.
Durante a entrevista, Lesliana de 36 anos, ressaltou que o pouco investimento colocado na sua área de actuação tem impedido o país de consagrar-se como o país africano de língua portuguesa com mais produções cinematográficas.
"Podemos afirmar-nos como o país africano que mais produz cinema em português, e acho que é um lugar que está vago e estrategicamente devemos olhar para isso mais atentamente. Temos canais de televisão nacionais bem estabelecidos, mais de três, o que eu acho ser um desafio possível”, defendeu.
Porém, lamenta que essa ambição ainda não tenha sido concretizada, acreditando haver potencial criativo e histórias poderosas sobre o percurso e o quotidiano da vida dos angolanos que vale a pena serem levadas para o cinema. Lesliana Pereira adiantou que, atendendo o actual quadro económico, já seria um grande passo se houvesse um investimento que permitisse produzir pelo menos três filmes por ano.
"O mercado nigeriano habituou-nos a ver o seu tradicional, sem imitar os filmes europeus, americanos ou asiáticos. E isso valeu muito. Eles conseguiram com persistência e volume. Hoje estão a fazer coisas maravilhosas. Angola não vai longe produzindo filmes com intervalos de 5 ou mais anos”, criticou.